quarta-feira, 4 de agosto de 2010

O Amanhecer.

“Levanta, tá na hora de acordar, vai a vida não dorme levanta, a vida não vai te esperar...”

Abre os olhos, já é de manhã, só algumas horas após ele ter pego no sono, tudo que se vê ali é sua velha mobília. Então se levanta, esfrega o rosto, mas dessa vez não pra limpar tristeza nem muito menos lagrimas, pensa, reage, lembra e sorri, vai até a escada que da acesso ao que seria o segundo andar de sua casa, observa e vê, ali estão todos os seus shapes velhos, trucks, rodinhas entre outras peças, ainda à um skate bem velho, mas da pro gasto, ele olha, lembra e sorri. Pra não perder o costume, volta a sala, liga o notebook e olha suas musicas, desta vez as mais tristes estão invisíveis, ou simplesmente não à necessidade de ouvi-las, “Dead Fish”, esse é a banda, “Venceremos”, a trilha sonora de hoje é essa, e na cabeça um trecho de uma musica de um ídolo... “É necessário voltar ao começo, quando os caminhos se confundem, é necessário voltar ao começo, não sabe pra onde ir, tem que voltar pro começo, pra não perder o rumo, não pode esquecer do começo”.

Vai até a cozinha e pega um pouco de café, até o café essa manhã tem um gosto diferente, dali enxerga sua estante que contem algumas revistas sobre fotografia e skate, pega algumas, da uma olhada bem rápida, lembra e sorri.

- Tudo que eu tenho é velho, mas de grande valor, ninguém me deu, quem conquistou fui eu.

Lava o rosto e escova os dentes, mais um pouco de café, se senta e começa a escrever, nada de tristeza, nostalgia, insatisfação ou coisa parecida, hoje não, talvez amanhã, mas hoje não! Seus velhos projetos que estão ali há tempos, ele olha, pensa e sorri, é tudo “novo”, tudo “novo de novo”, promete pra si mesmo que não irá se esquecer destes. Ontem tentou falar com Deus, talvez seja isso que o trouxe de volta, ou talvez não, seja qual for o motivo, aconteceu...

Convicto, confiante e esperançoso, foi como ele acordou essa manhã, hoje ele se reconhece, hoje ele não se odeia e sonha, sonha bastante, porém sem esquecer que não basta sonhar, tem que realizar...

domingo, 1 de agosto de 2010

Triste Madrugada.

"Sinto que estou chegando ao fim, meus olhos cegam, me despeço sem remorso, a vida é mesmo assim, efêmera e tão frágil, imprevisível...""

Se deita, mão na cabeça, escorre as lagrimas, a madrugada mal começou, pensa, suplica, se aperta, soluça, mão no rosto pra limpar as tristezas, levanta e caminha pela casa, procura fotos ou qualquer semblante, se arrepende, se senta e chora de novo, sente o aperto e se pergunta “por que?”. O aperto no peito da vazão a dor, que impede o sono e mantém acordado, se culpa, se xinga e mente pra si mesmo, liga a tv pra tentar esquecer, o filme é legendado e ele não consegue enxergar, seus olhos quase não abrem de tanta lagrima a escorrer, desiste e desliga, vai até a cozinha e toma um café, já que é pra ficar acordado então que seja de pé. Já são três da manhã e ele ainda “de pé”, motivos banais, é só um ser humano, mas se culpa demais pois não costuma errar, senta e descreve o que sente, olha suas musicas e só vê as mais tristes, uma trilha sonora pra uma madrugada tão triste. As horas passam e ele a escrever, o sono finalmente chega, mas a dor se recusa a morrer, um pouco mais de café pra vê se termina, não consegue escrever, se sente incapaz, se perde nas linhas e volta a outrora, tudo de novo e ele volta a “morrer”, amassa o papel e joga pela janela, nada está bom, muito menos o seu humor, e começa de novo a luta no seu interior. Olhos cansados olham o relógio já são cinco da manhã, com uma roupa qualquer vai dar uma volta, anda em círculos por um único quarteirão, com os fones de ouvido e a “maldita” trilha sonora, tudo vazio, menos os bares, esses sim tem gente, pensa, mas não é desses, volta pra casa cansado e volta a escrever, já são seis da manhã, o sol já vai nascer, mas antes disso ele volta a escrever, um texto que talvez responda o porque...